sábado, 13 de abril de 2013

Evento “100 dias rumo à JMJ” é aberto com vigília e procissão pelas ruas da Lapa


 Renato Francisco

A noite desta sexta-feira foi de transformação para muitos jovens no Centro do Rio. Na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, milhares de jovens compareceram à missa de abertura dos “100 dias rumo à JMJ”, presidida pelo padre Reginaldo Manzotti. Após a missa, eles saíram em procissão junto com um trio elétrico, formado pelo padre Reginaldo e pela Banda Bom Pastor, passando por diversas ruas da Lapa, berço da boemia carioca, em direção à Igreja de Sant'Ana, onde foi realizada a Adoração ao Santíssimo Sacramento. À medida que a procissão andava o número de pessoas aumentava, chegando à marca de 5000 jovens e ocupando um espaço de quase três quarteirões.
Antes do início da missa, em entrevista, padre Reginaldo já destacava que a Lapa é um lugar muito importante para testemunhar Jesus Cristo. “O que significa a Lapa no Rio? Lugar boêmio que está cheio de jovens. Ao invés de dizer venham para a Catedral, vamos sair da Catedral pelas ruas e mostrar o rosto jovem de Jesus Cristo”, ressaltou. E assim aconteceu. Com muita animação, os jovens cantaram e dançaram ao som do trio elétrico, despertando a atenção de quem estava em bares e boates. Na região dos Arcos da Lapa, eles cantaram a música “Derrama o teu amor aqui”, convidando mais jovens a também participarem da procissão.


Santa Missa e Adoração é convite para a ajuda da Igreja aos necessitados de Deus
Os jovens, na catedral, já estavam animados antes de a missa começar. Uma banda católica levantou os jovens no momento de acolhida até a Celebração Eucarística começar. No início da Santa Missa, o diretor de Atos Centrais da JMJ e coordenador do Setor Juventude da Arquidiocese do Rio, padre Renato Martins, lembrou que os jovens católicos devem ser, na JMJ, símbolos do amor de Jesus. “Que a Jornada Mundial da Juventude seja um grande momento de restauração da fé de muitos jovens que estão em outros caminhos”, disse.
O padre Reginaldo Manzotti lembrou que, na última vez em que esteve no Rio, a JMJ pedia voluntários e, na noite de ontem, havia milhares só na catedral. Na Homilia, o sacerdote lembrou os cinco pontos da mensagem do Evangelho do dia, sobre a multiplicação dos pães e peixes, que devem ser vividos pelas pessoas: o olhar, a voz ativa, a doação, a partilha e a solidariedade. “No Evangelho de hoje, somos chamados a experimentar a força do Ressuscitado. Jesus levantou os olhos e viu que eles estavam com fome. Ele viu a necessidade das pessoas. Às vezes, na nossa frente, as necessidades também se impõem. E ninguém diz que está errado. A JMJ é um abrir as portas para os outros. É um olhar para a Igreja para ver as necessidades. A Jornada tem que ecoar e o nosso olhar tem que ser atento como o de Jesus, sendo sensível à missão”, frisou padre Reginaldo, que, em toda a missa, cantou com sua banda e com os jovens diversas músicas católicas.
Além disso, padre Reginaldo também disse que chegou o tempo de “fazer o 'checklist' e as últimas lições de casa”. “A partir de agora, a contagem regressiva serve para despertar a sociedade. Também é para que o próprio Rio de Janeiro e suas paróquias estejam num estado de profundo acolhimento de dois milhões de pessoas. Significa uma atitude acolhimento, que é muito mais do que abrir as portas da casa; é acolher na simpatia, no diálogo”, explicou.
Já no início de Adoração, na Igreja de Sant'Ana, após a procissão, o sacerdote afirmou que muitas pessoas que estavam pelas ruas da Lapa, entre elas, as que tem alguma dependência química ou algum transtorno psíquico, as que tem problemas com a família e as que vivem em estado de mendicância, precisam da ajuda de todos. “O que nós vimos no Centro do Rio é o que também acontece em outros lugares do Brasil. Essas pessoas precisam da nossa ajuda”, destacou. A adoração seguiu até às 6h, com muita oração e música. Os cantos foram conduzidos pela banda Frutos de Medjugorje.


Para o jovem Lucas de Sousa, da Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, na Rocinha, foi inexplicável ver essa união dos jovens católicos com os que estavam na Lapa e saber que nem toda a juventude se encontra perdida. “Foi maravilhoso louvar ao Senhor nos Arcos da Lapa, esse berço da boemia, e ainda ser encantado pelo amor de Jesus”, disse.
A jovem Rafaela Mendes, da Igreja de Sant'Ana, destacou que foi um importante momento para conscientizar os jovens de que eles podem fazer o bem.

Fotos: Renato Francisco.

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