Renato Francisco
A noite desta
sexta-feira foi de transformação para muitos jovens no
Centro do Rio. Na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, milhares
de jovens compareceram à missa de abertura dos “100 dias
rumo à JMJ”, presidida pelo padre Reginaldo Manzotti. Após
a missa, eles saíram em procissão junto com um trio
elétrico, formado pelo padre Reginaldo e pela Banda Bom
Pastor, passando por diversas ruas da Lapa, berço da boemia
carioca, em direção à Igreja de Sant'Ana, onde
foi realizada a Adoração ao Santíssimo
Sacramento. À medida que a procissão andava o número
de pessoas aumentava, chegando à marca de 5000 jovens e
ocupando um espaço de quase três quarteirões.
Antes do início
da missa, em entrevista, padre Reginaldo já destacava que a
Lapa é um lugar muito importante para testemunhar Jesus
Cristo. “O que significa a Lapa no Rio? Lugar boêmio que está
cheio de jovens. Ao invés de dizer venham para a Catedral,
vamos sair da Catedral pelas ruas e mostrar o rosto jovem de Jesus
Cristo”, ressaltou. E assim aconteceu. Com muita animação,
os jovens cantaram e dançaram ao som do trio elétrico,
despertando a atenção de quem estava em bares e boates.
Na região dos Arcos da Lapa, eles cantaram a música
“Derrama o teu amor aqui”, convidando mais jovens a também
participarem da procissão.
Santa Missa e Adoração é convite para a ajuda da Igreja aos necessitados de Deus
Os jovens, na catedral,
já estavam animados antes de a missa começar. Uma banda
católica levantou os jovens no momento de acolhida até
a Celebração Eucarística começar. No
início da Santa Missa, o diretor de Atos Centrais da JMJ e
coordenador do Setor Juventude da Arquidiocese do Rio, padre Renato
Martins, lembrou que os jovens católicos devem ser, na JMJ,
símbolos do amor de Jesus. “Que a Jornada Mundial da
Juventude seja um grande momento de restauração da fé
de muitos jovens que estão em outros caminhos”, disse.
O padre Reginaldo
Manzotti lembrou que, na última vez em que esteve no Rio, a
JMJ pedia voluntários e, na noite de ontem, havia milhares só
na catedral. Na Homilia, o sacerdote lembrou os cinco pontos da
mensagem do Evangelho do dia, sobre a multiplicação dos
pães e peixes, que devem ser vividos pelas pessoas: o olhar, a
voz ativa, a doação, a partilha e a solidariedade. “No
Evangelho de hoje, somos chamados a experimentar a força do
Ressuscitado. Jesus levantou os olhos e viu que eles estavam com
fome. Ele viu a necessidade das pessoas. Às vezes, na nossa
frente, as necessidades também se impõem. E ninguém
diz que está errado. A JMJ é um abrir as portas para os
outros. É um olhar para a Igreja para ver as necessidades. A
Jornada tem que ecoar e o nosso olhar tem que ser atento como o de
Jesus, sendo sensível à missão”, frisou padre
Reginaldo, que, em toda a missa,
cantou com sua banda e com os jovens diversas músicas
católicas.
Além disso,
padre Reginaldo também disse que chegou o tempo de “fazer o
'checklist' e as últimas lições de casa”. “A
partir de agora, a contagem regressiva serve para despertar a
sociedade. Também é para que o próprio Rio de
Janeiro e suas paróquias estejam num estado de profundo
acolhimento de dois milhões de pessoas. Significa uma atitude
acolhimento, que é muito mais do que abrir as portas da casa;
é acolher na simpatia, no diálogo”, explicou.
Já no início
de Adoração, na Igreja de Sant'Ana, após a
procissão, o sacerdote afirmou que muitas pessoas que estavam
pelas ruas da Lapa, entre elas, as que tem alguma dependência
química ou algum transtorno psíquico, as que tem
problemas com a família e as que vivem em estado de
mendicância, precisam da ajuda de todos. “O que nós
vimos no Centro do Rio é o que também acontece em
outros lugares do Brasil. Essas pessoas precisam da nossa ajuda”,
destacou. A adoração seguiu até às 6h,
com muita oração e música. Os cantos foram
conduzidos pela banda Frutos de Medjugorje.
Para o jovem Lucas de Sousa, da Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, na Rocinha, foi inexplicável ver essa união dos jovens católicos com os que estavam na Lapa e saber que nem toda a juventude se encontra perdida. “Foi maravilhoso louvar ao Senhor nos Arcos da Lapa, esse berço da boemia, e ainda ser encantado pelo amor de Jesus”, disse.
A jovem Rafaela Mendes,
da Igreja de Sant'Ana, destacou que foi um importante momento para
conscientizar os jovens de que eles podem fazer o bem.
Fotos: Renato Francisco.
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