“Como família de acolhida, é a pessoa de Cristo nos peregrinos que você vai acolher”

Renato Francisco

Está chegando! Com a proximidade da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), cresce a expectativa dos jovens de estarem no Rio de Janeiro para viver esse grande encontro de fé, amor, união, alegria, amizade, emoção e cultura, considerado, hoje, o maior evento católico. Mas, para que os jovens peregrinos nacionais e internacionais possam participar da JMJ Rio2013, é necessário que eles sejam hospedados nas casas das "Famílias de Acolhida", que podem ser cadastradas através do site http://www.rio2013.com/pt/familia. O número total de vagas disponibilizadas está muito longe da meta. Hoje, há em torno de 35 mil vagas. Porém são necessárias 1,5 milhão de vagas. Estes números mostram que ainda há muito caminho a ser percorrido para que a hospedagem dos peregrinos aconteça como planejada. E neste objetivo, rumo a JMJ, ainda há tempo para as famílias abrirem as portas de suas casas, como a família da paroquiana Anna Clara Bentes Gesualdo. Em entrevista para o blog Por dentro da JMJ, Anna, na expectativa para o início da Jornada, destacou que ser uma “Família de Acolhida” é uma forma de evangelizar e explicou por que não tem medo de hospedar peregrinos em sua casa.

Por dentro da JMJ: Por que a sua família resolveu se tornar família de acolhida de jovens peregrinos na Jornada Mundial da Juventude?
Anna Clara Gesualdo: Porque é uma forma de estarmos juntos, como Igreja, entrando neste dinamismo que evangeliza e acolhe, pois reconhece em cada peregrino a pessoa de Jesus Cristo.

Por dentro da JMJ: Qual o legado que essa hospedagem pode trazer para o Rio?

Anna Clara: Acredito que o Rio vai viver uma experiência única de evangelização, de troca da amizade e da saudável energia do amor - o autêntico e verdadeiro. Um novo Pentecostes no nosso tempo, que terá como palco a cidade maravilhosa, comunicando ao coração de tantos jovens o amor de Cristo multiplicado. Cristo espera de nós, jovens, que sejamos fermento deste amor na Igreja. O mundo está carente do amor autêntico, da alegria verdadeira, e isso um jovem cristão pode ter em seu coração e testemunhar. Quando o jovem abre verdadeiramente seu coração para Cristo, ele busca viver com idealismo uma vida plena de sentido e espiritualidade. E a fonte transbordante desse amor presente em cada um de nós é o próprio Cristo, na Eucaristia, como nosso alimento. 

Por dentro da JMJ: Quais os benefícios que essa hospedagem pode trazer para a sua família?

Anna Clara: Para a minha família é o exercício da hospitalidade, a alegria da acolhida, a troca cultural, enfim, são muitos benefícios humanos e espirituais. Poderemos testemunhar e enxergar nessas pessoas a presença verdadeira de Cristo.

Por dentro da JMJ: Muitas pessoas têm falado que estão com medo de receber pessoas que não conhecem. O que você tem a dizer a essas pessoas?

Anna Clara: Eu confio na Igreja, que está sendo representada por essas delegações, com lideranças bem preparadas a conduzir esses jovens para representarem seus países. Para mim, não são desconhecidos. Se são recomendados pela minha Igreja, são meus irmãos em Cristo. Só posso esperar o melhor.

Por dentro da JMJ: Visto que o número de cadastros de famílias de acolhida ainda está baixo, qual a mensagem que você deixa para os cariocas, um povo reconhecido mundialmente pelo acolhimento, mas que ainda não está totalmente aberto a acolhida de peregrinos na JMJ?

Anna Clara: Faço um apelo para que as famílias sejam generosas. Não é qualquer pessoa que você está acolhendo, é a pessoa de Cristo nesses peregrinos. Muitos jovens só tem oportunidade de participar da JMJ sendo acolhido por uma família, então vamos multiplicar esses jovens na nossa cidade, reconhecida mundialmente pelo acolhimento, abrindo os braços para recebê-los em nossa casa. Façam essa experiência!

Foto: Arquivo pessoal.