domingo, 2 de junho de 2013

Jornada Mundial da Juventude vai deixar legado ambiental

Renato Francisco

Nas últimas décadas, muitos têm sido os esforços da humanidade em prol do meio ambiente. Com as recentes notícias de cientistas sobre o rápido derretimento das geleiras e a intensificação do aquecimento global, em escala alarmante, já são numerosas as ações de instituições e pessoas pela reversão deste processo e de tantos outros que afligem a existência de vida no planeta. É aí que a Igreja também está engajada. Neste cenário, a Jornada Mundial da Juventude Rio2013 promete deixar um legado ambiental para a cidade do Rio, para o país e para o mundo.
Por isso, no próximo dia 3 de junho, será lançado, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), o Guia Ecológico da JMJ, que vai fazer parte do kit que os peregrinos receberão na Jornada. O lançamento do guia fará parte da Semana do Meio Ambiente da PUC, em comemoração ao Dia Mundial do meio Ambiente, no dia 5 de junho.
Elaborado pelo reitor da PUC-Rio, padre Josafá Siqueira, e pelo diretor do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente da PUC (NIMA), Luiz Felipe Guanaes, a pedidos da Arquidiocese do Rio, o guia tem duas versões, uma em Língua Portuguesa e outra em Língua Inglesa. Ele foi inspirado em diversos documentos da Igreja sobre o meio ambiente, entre eles o documento “Curar o mundo ferido”, um relatório especial sobre ecologia produzido pelo Secretariado de Justiça Social e Ecologia da Companhia de Jesus.
Segundo padre Josafá, o guia vai despertar os jovens para que usem a fé na preservação da Criação de Deus. “O objetivo do Guia Ecológico para a JMJ consiste em enfatizar a importância de ações sustentáveis nos grandes eventos; mostrar que a questão ecológica está relacionada com a fé; lembrar a responsabilidade teológica com a criação e a nossa missão de cuidar daquilo que Deus colocou em nossas mãos; e mostrar a preocupação ética da Igreja com o meio ambiente", explicou.
De acordo com Guanaes, o guia começa destacando as belezas naturais da Cidade Maravilhosa, com seus parques e suas florestas, e os cuidados que os jovens devem ter com o meio ambiente quando estiverem no Rio, seja enquanto estiverem em casa ou nos eventos da JMJ. “A gente começa o texto falando da cidade do Rio, que é um tributo à natureza. O Cristo Redentor é o símbolo que te faz olhar para cima. E, na hora em que você olha para cima, tem uma coroa de verde em volta. Este lugar é especial e a relação homem-natureza se expressa de uma forma muito concreta”, afirmou.
Neste sentido, o guia sugere uma série de compromissos. A gente sugere uma série de compromissos, como a preocupação em descartar o lixo na lixeira e em tentar usar o mínimo possível de transportes com alta produção de CO2, optando por andar um pouco, alugar uma bicicleta ou pegar o metrô. Além disso, o documento também destaca o cuidado que o peregrino deve ter dentro do local onde ficar hospedado, como a atenção para o desperdício de água e luz. “A gente tenta estimular o jovem nesse processo de aumentar a sensibilização dele. Falamos também de barulho porque é o respeito ao outro. Ele está na casa do outro e tem que continuar a respeitar os mesmos princípios”, enfatizou o diretor do NIMA.
Um item à parte vai destacar os compromissos com o meio ambiente na Vigília e Missa de Envio, em Guaratiba, onde haverá milhares de pessoas. Por isso, de acordo com Guanaes será de suma importância a consciência e a pró-atividade dos jovens no cuidado com o ecossistema local. “Ali é uma situação radical em termos de quantidade de pessoas. Aí a questão do lixo é mais séria ainda. A área toda é dividida em uns 12 grandes retângulos. Em cada retângulo desses, haverá toda uma infraestrutura, e os jovens vão ficar distribuídos por eles. Vai haver grandes unidades de recebimento de lixo reciclado e molhado. E (o jovem) vai ter que levar o lixo até ali, senão vai virar um grande caos. Você tem que ter o espírito extremamente aberto em prol do outro, de uma forma bastante concreta”, explicou.
O guia ecológico ainda faz uma reflexão sobre o compromisso com o meio ambiente que o peregrino deve ter ao voltar para seu país. O peregrino que desejar poderá, através de um site, medir o seu consumo de gás carbônico (CO2) e saber quantas árvores deverá plantar para compensar o que consumiu. “A gente pensou que deveria ser criada uma ponte. E a gente sugeriu que preocupe-se numa nova postura com relação ao meio ambiente, a fazer a captura do CO2 que você jovem utilizou. A gente sugere que as pessoas façam isso com plantas locais”, ressaltou Guanaes.
No final do guia, o peregrino ainda poderá saber as posições dos últimos quatro papas  com relação ao meio ambiente, nos documentos que escreveram.

Foto 1: Divulgação.
Foto 2: Renato Francisco.

Um comentário:

  1. Parabens renato!
    O blog está excelente!
    Muito boa a ideia do legado ambiental

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