quinta-feira, 27 de junho de 2013

Site ecológico será um dos frutos do legado ambiental da JMJ Rio2013


Renato Francisco

As ações teóricas do legado ambiental da Jornada Mundial da Juventude já estão sendo colocadas em prática. Um dos primeiros frutos será um site ecológico elaborado por um grupo de sacerdotes jesuítas do Secretariado de Justiça Social e Ecologia da Companhia de Jesus (SJSE), em Roma, em conjunto com estudantes e professores das Pontifícias Universidades Católicas e dos colégios jesuítas. O site, que tem previsão de lançamento para a segunda quinzena do ano que vem, promete ser um importante instrumento para a preservação da vida ambiental do planeta.
Segundo um dos idealizadores do site, o diretor do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (NIMA) da PUC-Rio, Luiz Felipe Guanaes, a ideia básica do site é dar subsídios a professores de faculdades e escolas jesuítas de todo o mundo para terem um material consistente que permita trabalhar com os jovens as questões ambientais em toda a sua amplitude e facilitar a inserção de novas ações em prol da sustentabilidade. “A ideia básica é de que existe uma carência de conteúdos ambientais bem estruturados academicamente, que também tenham uma perspectiva ética e espiritual. A construção do amanhã pelos jovens é a única alternativa porque a complexidade do momento de hoje é tão grande que você tem que, de fato, construir um ser humano que tenha um outro diálogo com o seu entorno. E esse diálogo é igual a uma plantinha: vai demorar muito para crescer, mas você tem que plantar porque senão ela nunca vai chegar lá”, explicou.

A ideia de criação do site surgiu das recomendações e sugestões do documento da Igreja “Curar um mundo ferido”. Foram levantadas 8 recomendações e 10 soluções por um grupo de sacerdotes jesuítas, que escreveu o documento. Entre as recomendações, está o convite às faculdades e escolas para engajar os estudantes numa educação transformadora e numa busca por novos temas e áreas de pesquisa interdisciplinar. As sugestões concretas passam por questões muito discutidas na sociedade hoje, como o uso de transporte público e de transportes que não poluam o meio ambiente, ao invés de automóvel; a reciclagem; a economía de energía; o descarte de pilhas em locais apropriados de coleta; o uso de productos de limpeza biodegradáveis, entre outras.
Para o coordenador do setor social da Conferência de Provinciais Jesuítas da América Latina (CPAL), padre Alfredo Ferro, as novas gerações têm maior consciência ecológica porque há um maior conhecimento do que está acontecendo no mundo com a problemática ambiental. “Há uma relação mais forte com a natureza e uma esperança grande nos jovens mesmo com toda a sociedade capitalista, que é muito consumista e quer oferecer mais consumo para os jovens”, afirmou.
Ele destaca que a Jornada Mundial da Juventude, neste sentido, pode ajudar a construir uma mensagem mais ecológica e ambiental para os jovens. “Vai ter tanta gente aqui no Rio que isso vai significar uma experiência para ver como é o comportamento dos jovens”, disse.

Guia ecológico da JMJ Rio2013 já está disponível no site do NIMA
Todos os peregrinos e voluntários já podem ter acesso ao Guia ecológico da Jornada Mundial da Juventude Rio2013, elaborado pela Arquidiocese do Rio em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). O download do vídeo já está disponível no site do NIMA (http://www.nima.puc-rio.br/index.php/pt/65-semana-de-meio-ambiente/4247-guia-ecologico-da-jornada-mundial-da-juventude).

Fotos: Reprodução.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Universitários da PUC-Rio celebram um mês para a JMJ

Renato Francisco

Os jovens universitários do Grupo de Oração Universitário (GOU) da PUC-Rio vão realizar amanhã, 26, das 10h às 12h30, o evento “Pré-JMJ Universitária”, no anfiteatro Junito Brandão, dentro do campus da universidade. Será uma comemoração pela marca de um mês para a JMJ Rio2013 e pela última reunião do grupo antes das férias escolares.
Segundo uma das animadoras do grupo, Natassha Cotts, o evento vai estimular os jovens a refletir sobre as suas vidas e a sociedade em que vivem, além de ser uma preparação para a JMJ. “Estamos ansiosos pela proximidade da Jornada. O propósito desse evento é fomentar dentro da universidade o projeto de construção de uma juventude que se preocupa com as questões de sua comunidade e de seu país”, frisou.
No evento, haverá momentos de louvor, oração, intercessão e dinâmicas. A “Pré-JMJ Universitária” vai ser encerrada com a Santa Missa, ao meio-dia. Para o articulador do grupo, Eli Geovane, o evento será uma oportunidade de os jovens rezarem pela Jornada. “Oração é ação e queremos fazer isso a partir da universidade”, destacou.

sábado, 22 de junho de 2013

Filme sobre Frei Galvão tem pré-estreia marcada para sábado

Renato Francisco

Mais um grande filme chega para fazer parte dos longa metragens que estarão em cartaz durante a Mostra de Cinema do Festival da Juventude da Jornada. É o documentário “Frei Galvão, o Arquiteto da Luz”, que mostra a vida do primeiro santo brasileiro, Antonio de Santana Galvão, mais conhecido como Frei Galvão, seus milagres e a construção do Mosteiro da Luz, em São Paulo. Ele foi canonizado pelo Papa Bento XVI em 2007, e, hoje, é um dos patronos da JMJ Rio2013. A pré-estreia do filme será no próximo sábado, 29, às 18h, no terraço do Museu de Favela (MUF), que fica no Morro do Cantagalo, em Ipanema. As inscrições gratuitas podem ser feitas até sexta-feira, 28. (Link para adicionar na matéria: (https://docs.google.com/a/rio2013.com/forms/d/1NaiyH7XbiwWsOetjocm0SPs8EMxJ4vCCWEMmAjOMrEM/edit). As vagas são limitadas.
O filme tem uma mensagem de fé, paz, esperança e caridade. Segundo uma das organizadoras da pré-estreia, Aline Macedo, o valor da fé está muito presente na história. “É a crença de que Deus manifesta nossas vocações desde que somos pequenos, até mesmo criança”, explicou.
Dirigido por Malcolm Forest, o filme tem entrevistas, depoimentos e informações sobre a formação jesuíta e franciscana de Santo Antonio de Santana Galvão e a devoção dele à Virgem Maria e Santa Ana, a avó de Jesus Cristo. O documentário também possui uma trilha sonora original, com música interpretada pelo coro de monges beneditinos do Mosteiro da Ressurreição, da cidade de Ponta Grossa, no Paraná, além de moda de viola caipira, catira e música sacra contemporânea a Frei Galvão, composta por André da Silva Gomes na segunda metade do século XVIII, em São Paulo. Um álbum da trilha musical concorrerá ao Prêmio Grammy Latino.
Forest, que também produziu e atuou no filme, estará na pré-estreia. Segundo ele, o projeto de realização do filme foi dedicado ao pagamento de uma promessa que ele havia realizado à Frei Galvão.
O MUF, local onde ocorrerá a pré-estreia, é um museu que tem um forte sentido social de vitrine cultural para a comunidade. Ele é um espaço para os moradores apresentarem sua arte e cultura para a sociedade, mostrando uma parte da história da Cidade do Rio de Janeiro que, para muitos cariocas, ainda é desconhecida. Além disso, é um cinema a céu aberto, com uma vista, abençoada por Deus, de frente para o mar de Ipanema. O Museu de Favela também será um espaço de oferta de filmes até a JMJ Rio2013.
Como nas outras edições, a pré-estreia exclusiva para a JMJ Rio2013 contará com a participação de personalidades, celebridades e jovens envolvidos na organização da JMJ Rio2013.


Confira abaixo algumas cenas do filme.







Fotos: Reprodução.

domingo, 16 de junho de 2013

Documentário sobre o jovem surfista e seminarista Guido será exibido na JMJ

Renato Francisco

Um jovem que viveu a fé cristã com a alegria da juventude. Este foi Guido Schäffer, um seminarista, que também foi surfista, cuja história será mostrada na JMJ Rio2013, em um documentário e um livro sobre sua vida. Com humildade e entrega, o jovem, que formou-se em Medicina, dedicou sua vida ao trabalho com os pobres e necessitados. O livro "O anjo surfista", de autoria do escritor português Manuel Arouca, será lançado no dia 1º de julho, às 19h, na Livraria Argumento, no Leblon.
Em entrevistas com parentes e amigos e imagens que mostram o cotidiano de Guido, o documentário pretende mostrar a vida dele como um exemplo a ser seguido por outros jovens. Segundo uma das produtoras do filme, Cristina Arouca, o projeto do filme é dela e de seu marido, Manuel Arouca, que está escrevendo a história e o livro sobre a vida do Guido. "As ideias do filme e do livro vieram juntas. A história dele é tão rica e cheia de detalhes que dá para fazer tudo. O documentário impressiona pela atualidade da realidade das pessoas que falam. Os relatos vivos são muitos impresionantes", destacou.
Cristina conta que os jovens se apaixonavam pela forma com que ele conduzia a vida e que muitas pessoas foram tocadas pelo seu exemplo e testemunho e até hoje se mantém fiéis ao propósito de vida dele. "Dizem que ele encadeava luz e paz, e se dedicava muito à Palavra de Deus. É uma pessoa que atravessa gerações", disse.
No dia 1° de maio de 2009, ele morreu fazendo o que gostava: pegar ondas. Por isso, foi realizada, neste ano, na mesma data, uma gravação na Praia do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, local em que ele costumava surfar com os amigos e onde morreu, vítima de afogamento. Antes de entrarem na água, os surfistas rezaram o Terço, como Guido sempre fazia junto com eles. Também foram celebradas duas missas pelo 4° ano de seu falecimento, uma na Paróquia Nossa Senhora de Copacabana e outra na Paróquia Nossa Senhora da Paz, onde também foram gravadas algumas imagens para o documentário.

Amigo desde a juventude
Guido tinha como grande amigo o padre Jorge Luiz Neves, mais conhecido como padre Jorjão, que o acolheu com muito carinho no EJC-Paz, o grupo de jovens da paróquia Nossa Senhora da Paz. No grupo, Guido sentiu o chamado para ser padre e entrou para o Seminário. Hoje, padre Jorjão faz do grupo que busca a beatificação do jovem surfista. Para o sacerdote, o exemplo de vida de Guido desmente o discurso dos meios de comunicação de que a Igreja "é coisa de gente chata e triste e de idoso".
"Era um jovem normal, surfista carioca da Zona Sul, que pegava onda, falava gíria e que tinha um ideal na vida. Ele namorou, ficou noivo, estudou, se formou e foi um grande médico, que era elogiado pelos professores de Medicina e pelos pacientes. Tinha carinho pelos simples e pobres e trabalhava com os moradores de rua. Quis ser padre, foi para o Seminário e, mesmo assim, não perdeu a alegria e a juventude, o modo de ser carioca. Ele contagiava os surfistas na praia, falava de Deus e transformava a vida de pessoas que bebiam, e deixavam de beber, e de drogados, que abandonavam as drogas. Um jovem que tocava idosos, jovens e crianças, e pessoas de todas as classes. Isso fala mais que mil palavras. A Palavra de Deus não fez dele um homem careta e chato, mas um jovem de fé alegre e de bem com a vida, que fazia feliz outras pessoas", contou.
Padre Jorjão também está fazendo um livro em homenagem ao Guido, que tem a previsão de ser lançado na época da JMJ. Segundo ele, o livro mostra que não é uma utopia a juventude e vida cristã", destacando que "qualquer jovem, more no Alasca ou no Rio, na Baixada ou em Copacabana, seja rico ou pobre, pode ser cristão".
Segundo os produtores, o filme vai ter imagens aquáticas para mostrar a sensação de Guido nas ondas. O tricampeão mundial de surf de Ondas Gigantes, Rodrigo Resende, também conhecido pelos surfistas como "The Monster", que também era amigo de Guido, também vai participar do documentário.

Breve biografia de Guido e oração para a devoção privada
"Guido Schäffer nasceu em 22 de maio de 1974, em Volta Redonda, Rio de Janeiro. Em 1998, formou-se em Medicina e, um ano depois, iniciou sua residência médica na Santa Casa de Misericórdia e o atendimento médico à população de rua com as Missionárias da Caridade. Em 2001, passou a integrar o corpo clínico da Santa Casa e a atuar na Pastoral da Saúde.
Inclinado ao sacerdócio, iniciou os estudos preparatórios no Mosteiro de São Bento em 2002 e ingressou no Seminário São José em 2008. O seu amor à Eucaristia, a sua vida de profunda oração, a sua entrega abnegada aos pobre e doentes, a sua dedicação missionária e a sua humildade em esperar o momento de receber o Sacramento da Ordem, que fortemente desejava, são traços que compõe o retrato de sua alma.
Em 1º de maio de 2009, ele faleceu, vítima de afogamento, enquanto surfava, na Praia do Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro." (Santinho de Guido Schäffer)

Oração
Guido Vidal França Schäffer

Oração para a devoção privada
Amado Deus e Senhor que, através da vida do vosso jovem Guido Schäffer, nos ensinastes, com seu exemplo e ardor missionário, a lançar-nos mar a dentro no caminho da fé, concedei-nos por seu testemunho de jovem, médico, seminarista e surfista, anunciar com renovado ardor vossa Palavra e alcançar por sua intercessão a graça qie vos pedimos (pedir a graça) a fim de que tenhamos, um dia, a alegria de vê-lo elevado à glória dos altares. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho bendito da Virgem Maria, Mãe do Amor Formoso, Ele que é Deus convosco, na unidade do Espírito Santo. Amém. (Rezar Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória)

Foto: Santinho de Guido Schäffer.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

“A JMJ é uma grande oportunidade para os jovens encontrarem o sentido da sua vida”, diz padre Jorjão

Renato Francisco

Desde a instituição da Jornada Mundial da Juventude pelo Papa João Paulo II, em 1985, milhares de jovens já tiveram a oportunidade de participar de uma JMJ e, hoje, dão testemunhos sobre a experiência única de estar presente no maior encontro católico da juventude. Uma dessas pessoas é o padre Jorge Luiz Neves, mais conhecido como padre Jorjão, que é dirigente espiritual de um grupo de quase 800 jovens da Paróquia Nossa Senhora da Paz, em Ipanema. Figura muito presente no meio da juventude carioca, o padre participou de todas as JMJs, exceto a de Filipinas. Em entrevista para o blog Por dentro da JMJ, padre Jorjão conta as suas experiências nestes encontros da juventude, destaca porque os jovens devem participar da Jornada e revela quais as transformações que a JMJ propiciou para sua vida.

Por dentro da JMJ: Como o senhor sentiu o chamado para ir à Jornada Mundial da Juventude?
Padre Jorjão: Eu fui à Jornada quando ainda não era Jornada. Eu fui no ano santo do Grande Jubileu em 84. O Santo Padre, Papa João Paulo II, proclamou o Ano Santo da Redenção, o jubileu dos 1950 anos da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Começou na Semana Santa de 83 e terminou na Páscoa de 84.
Durante este ano, houve várias peregrinações: das crianças, das famílias, dos padres, das religiosas, dos atletas, e assim por diante. E teve uma data marcada, que foi a peregrinação dos jovens, no Domingo de Ramos de 84, no finalzinho do jubileu. Nesse ano, minha família me deu de presente ir à Roma para esse jubileu. Fiquei poucos dias e experimentei a alegria de conviver com jovens do mundo inteiro. Não era tão grande como é hoje. Eu esperava uns 50 mil e foram 300 mil jovens. Foi uma experiência muito bonita e marcante porque naquela época falava-se que os jovens estavam indo para longe da Igreja. Havia uma Cruz que o Papa mandou fazer, uma Cruz muito simples, na Basílica de São Pedro, recordando a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. E os jovens saíram com essa Cruz pelas ruas de Roma, com velas acesas. Até hoje aquela experiência me deixa impresssionado e arrepiado. Eu era muito jovem, tinha 22 anos. Senti uma alegria da fé daqueles jovens todos, aquela coisa diferente. Lembro que os jovens fizeram um pedido ao Santo Padre para que aquela experiência não terminasse. No ano seguinte, o Papa de novo convocou os jovens à Roma e disse que estava criando a chamada “Giornata Mondiale della Gioventù”, o Dia Mundial da Juventude, que seria sempre celebrado no Domingo de Ramos. Ou seja, esses encontros que o Papa proclamava eram anuais. Todo Domingo de Ramos era a Jornada da Juventude. Mas, a cada dois anos, ele seria celebrado num país do mundo. E eu estive presente nesses encontros. O primeiro seria, então, em Buenos Aires. Em Denver, nos EUA, a adoração que os jovens faziam era algo de uma beleza incrível. Aqueles jovens americanos tinham uma fé impressionante. Só não pude ir na de Filipinas. Desde então, esses encontros marcaram profundamente a minha vida como jovem e me deram mais desejo de me tornar sacerdote.

Por dentro da JMJ: Qual foi a JMJ mais marcante para o senhor?
Padre Jorjão: Foi a de Roma. Eu acho que foi a mais bonita de todas porque era um ano santo. Era algo de inesperado a todos nós: o ano 2000. O Papa fez questão de preparar o ano 2000 de modo muito solene. Havia toda a expectativa para aquele ano. Imagine você entrar na porta santa da Basílica de São Pedro no ano 2000. Dois mil anos celebrando o nascimento de Cristo. Era uma coisa linda porque os jovens tiravam as sandálias, beijavam o portal da porta santa, choravam. Aquelas bandeiras do mundo inteiro estavam lá na Coluna de São Pedro. Aquelas coisas me impressionavam. Eu me lembro que na véspera fiquei meio adoentado, com conjuntivite. Na sexta-feira, a médica me disse que eu não podia ir. Mas, eu falei “Eu vou!” e fui. E, impressionante, a conjuntivite desapareceu. Os jovens foram na frente, no sábado. Vi que na multidão não tinha telefone celular, e não sei como encontrei os jovens. Era um campus universitário. Foi uma experiência impressionante. Estava um calor de uns 44 graus. E, naquela JMJ, o Papa João Paulo II disse para os jovens: “Se vocês forem aquilo que devem ser, vão incendiar o mundo”.

Por dentro da JMJ: Por que os jovens devem participar da Jornada Mundial da Juventude?
Padre Jorjão: O jovem gosta de emoções fortes, como os esportes radicais. Busca sempre novas emoções. Mas, são emoções que passam. Ver um show do “U2” hoje, depois um show do Paul McCartney, depois outro show e outro show... Isso não tem como preencher a sede de sentido que ele tem no coração. A JMJ é uma emoção que não passa, mas permanece, que encontra Aquele que é o sentido verdadeiro, porque todo desejo, toda fome de existência tem uma motivação. Santo Agostinho dizia: “Senhor tu me criaste para Ti e meu coração está inquieto e encontra repouso em Ti”. Essa inquietude que o jovem tem, no fundo, é sede de Deus, como diz o salmo: “A minh'alma tem sede de Deus”. Quando ele encontra Deus em sua vida, ele encontra a emoção, que não é passageira, periférica e transitória, mas aquela que fica para a vida inteira, condiciona a sua existência e dá sentido a sua vida. Uma coisa é encontrar pessoas interessantes, que você acha legal, tudo bem, beleza. Outra coisa é encontrar a pessoa da sua vida, a mulher ou o homem da sua vida. Muda radicalmente. Mas, mesmo assim, o ser humano continua sedento. Porque o homem tem uma medida que somente Deus pode saciar. Quando ele olha as pessoas em Deus, ele sabe perdoar e aceitar as limitações e dificuldades, como ele também tem. Ou seja, só quando você coloca Deus no lugar dele, no centro do seu coração - “Amar a Deus sobre todas as coisas” - é que você vai amar as pessoas que fazem parte da sua vida. Enquanto o homem não encontra Deus, é um náufrago perdido em busca do porto seguro. É uma pessoa vazia, que não encontrou o seu norte. Só quando você encontra Deus é que sua vida ganha sentido de verdade. Então, essa experiência da Jornada vai ser uma grande oportunidade para os jovens encontrarem o sentido da sua vida. Vai ser uma emoção impressionante porque serão outros jovens que vão falar com o rosto e com a vida que encontraram esse sentido. Eu tenho certeza que vai ser uma experiência muito forte para as novas gerações.

Por dentro da JMJ: Qual o legado que a JMJ pode trazer para a cidade do Rio de Janeiro e para o nosso país?
Padre Jorjão: Pessoas renovadas, jovens que não vão envelhecer quando chegarem a minha idade, porque a gente é sempre jovem quando encontra o segredo da juventude verdadeira. É um desejo do ser humano ser jovem para sempre. A juventude é uma fase da vida, que passa. Mas, se você guardar o ideal dela, você será sempre jovem. A Jornada vai ser uma oportunidade desses jovens encontrarem o segredo da eterna juventude, que se encontra em Deus.

Por dentro da JMJ: E quais os resultados que a JMJ deixou na sua vida?
Padre Jorjão: A JMJ me deixou esse desejo de ser um padre que sempre se reinventa, sempre procurando ser um novo padre, com novos métodos, novos caminhos. Como João Paulo II, que aos 85 anos, era um Papa jovem e que ainda hoje é um símbolo para a juventude. Nunca me esqueço que, em Paris, o Papa estava doente. Havia dúvidas se ele viria ao Brasil. Dois anos depois apareceu numa revista: “O Papa João Paulo II vem ao Brasil”. Em Paris, aqueles jovens diziam: “Santo Padre, o senhor é nossa juventude!” De fato, durante mais de 10 anos, ele foi escolhido como a personalidade mais amada pela juventude européia. Um homem de bengala na mão, que balançava a bengala como “Carlitos”. Um homem jovem, que mostra que a juventude não é uma contagem cronológica da idade, mas um estado de alma. E era bonito ver na missa antiga em latim quando o padre subia no altar e dizia as palavras do salmo. Ele dizia “Eu subirei ao altar do Senhor. Ao Deus que alegra a minha juventude”. Aquele homem era um jovem que encontrou o sentido da vida dele e por esse sentido se consumiu até o final.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Ziraldo vai lançar outra camiseta para a JMJ

Renato Francisco

Na manhã desta quinta-feira, 13, o arcebispo da Arquidiocese do Rio, Dom Orani João Tempesta, recebeu a camisa com a arte criada por Ziraldo, das mãos do próprio cartunista. Ziraldo, que foi acolhido de forma calorosa por todos os membros do Comitê Organizador Local (COL) da JMJ, contou que já está sendo produzida uma outra camisa em que o desenho representa o Cristo Redentor dizendo para o Papa Francisco: “Francisco, você por aqui?”.
O cartunista destacou que recebeu, com muita alegria, a notícia para fazer o desenho das camisas, e fez uma arte que tivesse o significado da Jornada. “Eu acho que vou aparecer com ela pelas ruas aí também”, brincou.
Segundo ele, a próxima camisa será produzida em diversas línguas ocidentais e também em latim. “Fui procurar em latim, e não consegui achar. Mas, o padre Anísio (responsável pelo setor Internacional) descobriu uma frase lindíssima da Bíblia. São João fala para Cristo: ‘Que bom estarmos todos juntos aqui!’. É uma frase que o símbolo desse encontro”, afirmou.
O cartunista, que já faz o cartaz da Feira da Providência há 52 anos, também elogiou o Papa Francisco, como pessoa e como Sumo Pontífice. “Ele é uma pessoa muito humana e inteligente. Está todo mundo com esperança nele”, enfatizou.
Seguindo o espírito da Jornada Mundial da Juventude, o desenho, que é a imagem de um anjinho que vai para a JMJ Rio2013, representa todos os peregrinos que chegarão para a Jornada. Para o criador da logo da JMJ Rio2013, Gustavo Huguenin, a arte, com a união da logo ao desenho, caracterizou o encontro dos jovens no Rio de Janeiro. “Ficou bem representativo daquilo que é a espiritualidade da Jornada, através do símbolo da Jornada, com um anjo que representa a peregrinação do mundo todo vindo para o Rio de Janeiro”, disse.

Foto: Divulgação.

domingo, 9 de junho de 2013

Intercessor da Jornada, Beato José de Anchieta terá musical em sua homenagem

Renato Francisco

Neste domingo, dia 9 de junho, a Igreja comemora o dia do Beato José de Anchieta, aquele que é considerado o “apóstolo do Brasil” por anunciar o Evangelho de Jesus Cristo aos índios que habitavam nosso país. E para mostrar a trajetória de vida do jesuíta, que é um dos intercessores da JMJ Rio2013, foi criado o musical “Anchieta – Para todas as tribos”, que estará em cartaz no Festival da Juventude da Jornada Mundial da Juventude.
O musical conta a história do beato desde que ele era jovem até a evangelização dos povos da América. Segundo o diretor geral, Wilde Fábio, a retratação da vida do Beato José de Anchieta na peça transmite o dever de todos os cristãos de levar a Palavra de Deus pelo mundo. “A mensagem central é que toda ferida esconde uma eleição, e que todo limite esconde uma missão. Todos os batizados são enviados a evangelizar todas as tribos e nações”, destacou.
O elenco do musical é formado por “atores/cantores/bailarinos”, que interpretam todas as canções. A trilha sonora é assinada pelo músico potiguar Eduardo Taufic, que dá ao espetáculo uma identidade brasileira e barroca.

Providência de Deus age na vida de José de Anchieta
Logo cedo, Anchieta sentiu o chamado para fazer parte da Companhia de Jesus. Em um período em que se está descobrindo as Américas, o sonho dele era evangelizar os homens dessas terras, que desconheciam a Cristo. Porém, ele é acometido por uma doença ósteo-articular e passa a acreditar que não apenas não o enviarão em missão como que podem até mesmo questionar a sua permanência na Companhia em virtude de sua debilidade física. Mas a Providência de Deus trabalha de outra forma e os médicos dele aconselham a sua transferência para a América, local que seria benéfico para sua recuperação.
Ao chegar ao novo continente, Anchieta descobre as culturas indígenas, sua língua e símbolos. Irá usar o teatro pra evangelizar os índios. E, pouco a pouco, começa a participar de suas vidas, incluindo seus desafios e lutas. Assim, apaixonado pela terra e pelos homens que aqui vivem, Anchieta emprega toda a sua vida e talentos no anúncio de Cristo.

Oração dos jovens pelo Beato José de Anchieta

Que por vosso exemplo, possamos multiplicar os frutos da ação missionária em nosso país. Amém.

Foto: Divulgação Shalom.